A construção sustentável: o que é preciso fazer e porquê

21 Setembro 2021

O princípio-chave que define a sustentabilidade é o equilíbrio entre a natureza, a sociedade e o crescimento económico, e tem de estar presente em tudo o que fazemos para garantir o nosso futuro e dos nossos filhos: nos estilos de vida, nas atividades económicas e, claro, na construção dos edifícios e das cidades.

Desde o primeiro esboço até ao projeto de arquitetura e engenharia, desde a planificação da obra até à sua execução, incluindo a escolha dos materiais e a gestão dos recursos, a construção sustentável caracteriza-se por assegurar que são cumpridas 3 grandes metas.

1- Minimizar o impacte ambiental

Comum a todos os projetos, a análise do terreno, da sua localização e da envolvente climática é um dos primeiros atos que faz a equipa de arquitetos e engenheiros. Mas para garantir a sustentabilidade é necessário ir mais além e considerar o efeito que terá a construção e a presença quotidiana no ecossistema. Só assim se poderá estabelecer as práticas e métodos que minimizem este impacte, por exemplo:

  • escolher métodos de construção adequados;
  • implementar soluções economicamente viáveis;
  • usar e gerir de forma racional os recursos naturais, energéticos, humanos e materiais;
  • fazer uma integração “ecológica” da obra no local;
  • escolher criteriosamente equipamentos e materiais, optando sempre pelos não tóxicos e não nocivos ao homem e ao planeta;
  • outros.

2- Utilização racional dos recursos

Quando se fala em recursos, a maioria de nós considera apenas os naturais, mas na fatura orçamental e ambiental contabiliza-se tudo: mão de obra (técnica e não especializada), máquinas e equipamentos, materiais e matérias-primas, etc.. Arquitetos e engenheiros responsáveis devem assegurar uma gestão eficiente deste conjunto de recursos em todas as fases do projeto, por exemplo:

  • desenhar edifícios que cujos sistemas (construtivos, de isolamento acústico e térmico, de climatização, águas e saneamento, etc.) utilizem energias renováveis e/ou contribuam para redução dos consumos hidráulico e energético;
  • no local da obra, captar e utilizar a água das chuvas, e reutilizar águas saponárias;
  • na obra gerir os resíduos de acordo com os 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar;
  • outros.

3- Consciencialização das pessoas

Talvez esta seja a meta mais sensível de alcançar. Assim, a par da análise ao meio ambiente, deverá analisar-se e considerar a envolvente socioeconómica. Isto vai permitir, por exemplo, contratar mão de obra local e escolher materiais da região.

A consciencialização de todos para a urgência da sustentabilidade é vital: proprietários, equipas e técnicos alocados à obra e comunidades locais:

  • reduzir, reutilizar e reciclar; · adotar práticas e sistemas que reduzam o consumo: usar lâmpadas eficientes, ter descargas e torneiras mais eficientes, painéis solares, etc.;
  • preferir ecoprodutos e materiais com baixo impacte ambiental;
  • outros.

A sustentabilidade do planeta e do homem está nas mãos de cada um de nós e desengane-se quem pensa que pouco ou nada poderá fazer no que toca à construção das nossas cidades – a si que vai começar o projeto da sua nova casa cabe-lhe fazer a diferença ao optar por equipas certificadas e técnicos especializados, como aqueles que encontra no nosso gabinete online.

 

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